Penumbra (2013)
Penumbra
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A exposição do pintor e professor de pintura da ECA/USP que será inaugurada dia 2 de fevereiro na Galeria Raquel Arnaud intitula-se Penumbra e consiste em 14 pinturas de grandes formatos (2m x 2.50m) bem com de pequenos formatos (40cm x 1m). São feitas a base de têmpera, esmalte (spray) e óleo. Foram realizadas em 2012, após sua estadia de um ano em Kioto, Japão em 2011.
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Penumbra é o ponto de transição entre a luz e sombra, trata-se de uma área iluminada a meia-luz. O artista retoma questões presentes já no seu mestrado em filosofia em 1993, quando traduziu parcialmente a Doutrina das Cores de Goethe. Na introdução do livro, o autor nos diz que as cores "são ações e paixões da luz", ou seja, a cor nasce do embate entre luz e escuridão. Ao retomar uma concepção clássica, Goethe inaugura, por outro lado, uma interpretação fisiológica da cor, que passa a ter uma importância enorme para os pintores a partir do impressionismo. De fato, a teoria física sobre o fenômeno cromático não trata propriamente da percepção da cor, fundamental para a pintura.
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O livro, que será lançado em sua terceira edição pela editora Nova Alexandria no dia 9 de março na Galeria Raquel Arnaud, ao término da exposição, desta vez contém com ilustrações coloridas, celebrando os vinte anos de sua primeira publicação aqui no Brasil. Na semana anterior, o artista promove um Seminário internacional sobre a Cor nos dias 3 e 4 de março, contando com a participação de professores e curadores como David Anfam ( editor da Phaidon Press, premiado pelo catalogo raisonné de Rothko), Takashi Suzuki (curador do museu Kawamura em Chiba, Japão) e, Toshya Echizen ( professor de estética da universidade Doshisha, em Kioto) e Ana Magalhães, curadora do MAC de São Paulo.
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Além da obra de Goethe, outro ponto de partida para esta exposição é Em louvor da sombra, de Junichiro Tanizaki, célebre escritor japonês do século XX. Nesta obra, o autor afirma que o aposento japonês é comparável a uma pintura monocromática a sumi, (tinta a base de nanquim em gradações de preto e branco) em que os painéis (shoji) correspondem a tonalidade mais clara e o nicho (tokonoma) à mais escura. Ele lamenta a introdução da luz elétrica no Japão, analisando como mais um elemento ocidental exógeno que vem a desconfigurar a cultura Japonesa.
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Por fim, outra referência importante que deve ser levada em consideração é a obra Shadows de Andy Warhol, feita em homenagem ao pintor metafísico Giorgio de Chirico após sua morte em 1978 e atualmente presente no Dia Art Foundation. Trata-se talvez da obra menos pop do artista, que flerta com a abstração e uma dimensão mais metafisica da pintura.
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A exposição de certa forma representa também uma síntese de duas exposições anteriores do artista Passagens realizada em 2007 na Pinacoteca do Estado e Contraluz, feita em 2009 no Gabinete de Arte Raquel Arnaud. A relação entre a arquitetura e a cor é um tópico recorrente deste artista, desde 1993, quando fez uma exposição intitulada fachadas no Masp e uma sala vermelha no arte cidade de 1994.